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Você provavelmente aprendeu na sexta série que herda seus genes dos seus pais. Mas você sabia que sua mãe também passa seu microbioma pra você? Se você nunca ouviu o termo, desencana: muita gente não sabe do que se trata. Mas o passa na pele está cheio de nerds, então hoje a gente vai se aprofundar no tema – e discutir sobre como ele afeta nossa saúde. Topa?

o que é microbioma?

É basicamente 50% de você. Parece radical, mas é matemático: existe uma comunidade de 38 trilhões de microorganismos, principalmente bactérias, que vivem no seu corpo. A maioria reside no trato gastrointestinal, mas muitos vivem em diversos lugares, como a boca, a pele e as axilas. Eles representam 50% de você por contagem de células. Coletivamente, os genes abrigados nesses trilhões de células microbianas constituem seu microbioma. Ufa!


como o microbioma se forma?

Bactérias estão por toda parte. E por mais assustador que isso pareça, das trilhões de espécies bacterianas que existem, menos de 100 representam uma ameaça para os seres humanos. A maioria é inofensiva. Muitas são benéficas (já ouviu falar em mutualismo?). As que vivem em nós são absolutamente essenciais!

O processo de recebimento dos nossos primeiros micróbios é chamado de semeadura (do inglês seeding) e geralmente começa no nascimento (embora novas pesquisas proponham que a transmissão microbiana já possa ocorrer no útero). De forma direta, o seeding acontece através do canal vaginal, contato pele a pele e amamentação.

Lembro que, quando criança, eu queria correr na terra e me sujar, mas minha mãe tinha horror à sujeira. Vovó sempre deixava, porque “constrói imunidade”. E não é que vovó estava um pouco certa todo esse tempo?

Eventualmente, o ambiente ao nosso redor – a família, as pessoas, os bichinhos, solo e natureza – continua a contribuir para essa nossa biodiversidade microbiana até os primeiros anos de idade. Depois, se estabilizam no que é chamado de microbioma em estado estacionário, lembrando mais ou menos o que a gente tem até hoje.

Então, não, o sanduíche que você comeu depois de 3 segundos no chão não vai fortalecer a imunidade, Karen.

o que as bactérias fazem no meu corpo?

Bem, na verdade, o que elas não fazem? Vamos começar com o que você provavelmente já ouviu falar – seu intestino. Trilhões de bactérias benéficas residem ao longo de sua parede epitelial e aqui vai uma lista do que elas fazem:

  • ajudam a manter um ambiente ácido para dissuadir certas bactérias patogênicas alcalinas de criar raízes;

  • apóiam a secreção do muco intestinal;

  • colaboram estreitamente com as junções estreitas para decidir o que deve (por exemplo, nutrientes) ou não deve (por exemplo, partículas de alimentos não digeridas ou bactérias patogênicas) passar pelo seu corpo;

  • certas bactérias até produzem neurotransmissores que estimulam as contrações musculares – sim, estamos falando de um cocô mais fácil.

Além disso, as bactérias também sintetizam vitaminas essenciais B e K, defendem contra a E. coli e, para as mulheres, equilibram o pH e protegem de leveduras indesejadas no bioma vaginal.

um microbioma saudável

Não adianta se afogar em lactobacilos vivos, gente. Na verdade, a ciência ainda não sabe exatamente como é um microbioma saudável. O microbioma ideal provavelmente não existe, já que meu conjunto de bactérias nunca vai ser igual ao seu.

O que você pode fazer é se questionar: como posso apoiar meu microbioma nas escolhas diárias que faço? Eu preciso mesmo desse antibiótico? Devo incorporar suplementos em minha rotina?

Sempre converse com seus médicos, não se auto-medique e alimente-se bem. É uma dica meio boba, mas a gente sabota a nossa saúde (eu, sempre). E se você quiser ler + a respeito dos microbiomas, recomendamos dois livros super completos e nerds sobre o tema:

I Contain Multitudes de Ed Yong e The Human Super – Organism de Rodney Dietert PhD.

A saúde do nosso microbioma é fundamental para a saúde de todo o corpo – do coração à pele, ao metabolismo e à função imune intestinal.

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