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Ou: como o Atreyu me inspira a aprender a língua coreana.

A História Sem Fim era o meu filme favorito na infância – eu tinha todas as falas decoradas e assistia todos os dias. Quando eu cresci, descobri que o filme foi uma adaptação do livro de mesmo nome, um romance de fantasia escrito pelo autor alemão Michael Ende, publicado em 1979 e com título original de Die Unendliche Geschichte. A tradução brasileira foi publicada em 2011 e eu nunca cheguei a ler o livro em português, por mais estranho que pareça. Durante o meu intercâmbio de 2015, encontrei a tradução coreana em um sebo e foi nesse dia que eu fiz uma promessa a mim mesma: eu vou ler A História sem Fim em coreano um dia (끝없는 이야기).

No #detalhes de hoje eu quero compartilhar um detalhe dos meus dias que me faz feliz – e te contar sobre como ele me motiva a estudar coreano!


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Quando eu me sinto desmotivada – e isso acontece com uma certa frequência quando você está do outro lado do planeta e não entende nadinha do idioma nativo – eu vou até a estante e pego minha edição de 끝없는 이야기. Folheio, sinto o cheiro, vejo as figuras e desenhos. Relembro do filme e de toda a jornada de Bastian para salvar Fantasia. E penso no quanto eu quero ler esse livro – e na sensação incrível que vou sentir quando puder ler A História sem Fim todinha em coreano!

Toda história real é uma história sem fim.

Mas além da motivação embutida em conseguir ler um livro todo em outra língua, esse livro me ensina que toda história, na verdade, é uma história sem fim – afinal, nós fazemos o nosso destino todos os dias com escolhas e aprender uma nova língua, por exemplo, depende exclusivamente de você e das suas decisões.


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O que eu amo na metalinguagem desse livro é a percepção de que toda história é feita com apenas 26 letras. É uma metáfora sobre nós mesmos: sentimos tanto medo diante das possibilidades do mundo e ficamos na nossa zona de conforto, mas nos esquecemos que até mesmo as histórias mais loucas surgem de um lugar comum.

Se você parar para pensar, terá que admitir que todas as histórias do mundo consistem essencialmente em vinte e seis letras. As letras são sempre as mesmas, apenas o arranjo varia. De letras, formam-se palavras, de palavras formam-se frases, de frases formam-se capítulos e de capítulos, histórias.

Nós somos iguais e sentimos as mesmas dores, passamos pelos mesmos conflitos e compartilhamos de uma mesma essência. O que nos difere são nossas escolhas – e como essas escolhas podem alterar as escolhas de outras pessoas.

Como o arranjo das letras pode modificar uma história feita do mesmo alfabeto, né?

Eu acho que esse mesmo questionamento pode ser aplicado ao estudo de coreano. Por exemplo: eu tenho tanto receio de falar com pessoas, de me aventurar no desconhecido, de não saber lidar com a cultura daqui ou até mesmo de nunca ser boa o suficiente – mas veja bem: são apenas 24 caracteres que combinados formam esse idioma tão lindo e simples, sabe?

Aprendê-lo deveria ser um processo mais leve, certo? Certo!

Você tem algum livro que te motiva a estudar? Algum objeto que te dá sorte ou que te inspira? Eu adorei compartilhar a minha história com esse livro e o quão importante ele é pra minha jornada. Agora eu quero conhecer a sua história! Me conta?

Este post faz parte do projeto detalhes, uma blogagem coletiva criada por desancorando + sernaiotto + serendipity  – confira os posts já publicados aqui.

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